Das coisas menos boas

A minha sogra tem uma psicose esquizofrénica. Quando controlada com medicamentos a coisa vai funcionando dentro da possível normalidade. Trabalha e vai fazendo as suas coisinhas. É certo que o cuidado daquilo que se diz e faz em relação a ela tem de ser redobrado.
O problema é quando deixa de tomar os medicamentos e as crises despoletam. é muito duro para os filhos lidarem com ela nestas fases. É um estar constantemente em alerta, procurando-se evitar os internamentos no Miguel Lombarda. Durante as crises fica transformada. Sai cá para fora tudo aquilo que a sua cabeça doente vai reprimindo. E por vezes chega a ter comportamentos  agressivos.
Já houve umas quantas cenas tipo à filme, mas desta vez deu-lhe para enviar dinheiro para um homem da Nigéria que conheceu pela Internet . Diz que é o homem da sua vida e que não têm de se meter na vida dela, etc. Ainda não sabemos ao certo se enviou grandes quantias de dinheiro e/ou se deu os códigos das contas e está a ser alvo de extorsão. O certo é que já não tem dinheiro, e ainda estamos no inicio do mês.  
Durante a crise ignora tudo e todos (algo não muito diferente do estado "normal"), até mesmo a neta que penso ser a razão por ter estado tanto tempo sem crises. A minha princesa M tem de começar a entender que a avó nos momentos em que está presente fisicamente mas ausente é por um motivo muito forte. Vou tentar explicar-lhe devagarinho e na linguagem dela. 
É uma situação cansativa e desgastante principalmente para os filhos. Nem imaginam as coisas que já me passaram pela cabeça. Não quero ser injusta mas sei que por vezes também há um pouco o aproveitar da doença para chamar atenção. Mas são doenças muito complicadas, às vezes imagino como será a cabeça das pessoas com este tipo de problemas e imagino também o seu sofrimento. Por agora, e graças a Deus, estou do outro lado e a cruz é certamente mais leve!