Memórias de Infância (4)

 Quando me lembro das minhas memórias de infância vêm-me as lágrimas aos olhos. A minha mãe ia-me buscar à escola, ofereceria-me sempre um doce e perguntava com muita ternura como tinha corrido o meu dia. Quase todas as minhas tardes eram passadas a brincar, só eu e uma montanha de brinquedos no meu jardim. Dormia vestida por querer ser a pessoa que ficava pronta mais rápido todas as manhãs. Lembro-me disto e muito mais. Lembro-me de ser feliz.

 Quando me lembro de ajudar os meus pais nas suas tarefas por querer ser grande como eles e fazer coisas de crescidos não consigo parar de sorrir. Nada era uma obrigação e tudo acontecia ao sabor de uma brincadeira como outra qualquer.

 Quando me lembro de querer e receber uns sapatos com salto e que fizessem barulho a andar, lembro-me também da mulherzinha em ponto pequeno que me sentia. Andava aos saltos pela casa toda só para ouvir o barulho dos sapatinhos... iam comigo para todo o lado!

 Quando me lembro de aprender a andar de patins e levá-los até para a escola... que boas memórias! Até que aprendesse a andar de bicicleta também demorou, mas orgulhava-me bastante de aprender tudo isto sozinha.

Quando me lembro de quando era feliz porque era e não porque queria, dá-me vontade de voltar atrás no tempo. Chorava, ria, gritava, sem dar importância a isso, pois a única coisa que realmente gostava de ter era ter uma amiga e um gelado. E se o meu gelado caísse para o chão e a amiga se fosse embora, eu chorava. Mas não ficava triste. Nunca houve o ficar triste quando era pequenina, pois as lágrimas secavam-se rapidamente quando me apercebia que estavam a dar os meus bonecos preferidos na televisão ou que ainda havia um quadradinho de chocolate guardado. 

 Quando me lembro dos meus primeiros dias de escola, em que os trabalhos de casa eram divertidos e e tirar boas notas era fácil, sorriu. É incrível como eu cresci. Hoje tenho 18 anos e estou à porta da Universidade. Já não brinco, mas adoro ver bonecos animados. Já não quero usar sapatos que façam barulho, mas adoro cor de rosa. No entanto, há uma coisa eu irei sempre ser: feliz. Posso até nem ser como quando era pequenina, mas irei sempre guardar a felicidade da pequenina dentro de mim.

Espero que gostes, pus todo o meu coração aqui! Beijinho grande, Bia 

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