"Tenho uma amiga que quando me liga,
costuma dizer sempre:
Estou te a ligar porque és a minha amiga mais feliz!
Eu rio-me, agradecida. Sou feliz sim e quando não sou tanto assim, colo-me a
ideia de que a tristeza é uma condição provisória, nem sequer lhe dou a
importância de construir um abrigo, acho que quando nos defendemos muito o
inimigo anima-se. Às vezes não percebo que haja tanta gente a viver numa
consciência envergonhada de ser feliz, como se a tristeza fosse a maturidade da
vida e um adulto feliz fosse um palhaço por disfarçar. Pouco me interessa se a
alegria em excesso possa ser confundida com uma bebedeira em vida. Problemas
toda a gente tem é um facto. Também nem toda a gente nasce com a sorte de ter um
plug-in que dá "amonas" valentes a tudo o que tenta minar essa construção.
É
inevitável, a tristeza irrompe sempre pela vida, o importante mesmo é não lhe
dar conforto que chegue para se instalar. Como aquelas pessoas chatas que para
apressar recebemos em pé.
Penso imensas vezes sobre as razões porque insisto
tanto em ser feliz. Acho que à força de querer tanto já não sei ser outra coisa.
E não tenho medo nenhum de o afirmar, porque também existem uns tantos teóricos
da vida que acham que as coisas boas se guardam no cofre, eu prefiro saldar
gargalhadas numa venda de garagem. Acho que é inegável que existe uma
cumplicidade grande entre o sofrimento bem digerido e a maturidade. As melhores
pessoas que conheço não são as tristes, são aquelas que digeriram a tristeza da
vida e converteram isso em fermento de carácter. E essas pessoas, também não são
aquelas que passam a vida a acusar a sua condição de orfandade para se fazerem
grandes empoleirados na tristeza. São aqueles que choraram na altura certa, que
deram o desconto ao sadismo da vida, que condescenderam desde novos com as
incongruências do destino, que não desistiram dos seres humanos só porque nem
tudo era perfeito, nem ficaram reféns na procura passiva do sentido de justiça.
Essas são as pessoas TOP! São os amantes da vida. A malta que aprendeu a sacudir
a poeira dos maus momentos com património de felicidade, são os que acreditam
genuinamente nas pessoas e por isso ainda se surpreendem, são os que perceberam
a dimensão do tempo e por isso conseguem viajar a partir de qualquer lugar.
Essas pessoas que conheceram a evidência mais crua da vida são as que mais
conseguem criar, são as que olham para uma planície árida e imaginam uma
floresta imensa. Essas pessoas sentem-se responsáveis por animar o mundo, só
porque se sentem agradecidas por serem animadas. Essas pessoas são guerreiras
porque acreditam que o sentido maior da paz nasce na tranquilidade serena de
aceitar que algumas batalhas da vida são feitas para perder. A dimensão do tempo
é a dimensão da vida. O passado tem apenas o efeito edificante de nos lançar
para o futuro e o presente é o lugar em que acontece tudo. Ninguém cuida muito
das pessoas felizes porque elas parecem estar sempre bem. E as pessoas felizes
sabem que têm que estar bem porque aprenderam a cuidar de si mesmas.
Não sei
se sou a amiga mais feliz, mas sei que enquanto vou podendo, vou vivendo, sem
medo, de ser apenas, feliz."
isabel Saldanha
Não fui eu que escrevi mas podia... se tivesse jeito!
Um fim-de-semana feliz para todos!!
Um fim-de-semana feliz para todos!!
Também adorei o texto, muito inspirador!
ResponderEliminarQue texto tão lindo.
ResponderEliminarBeijinhos grandes.
Gostei muito do texto...vamos ser felizes sim...porque sim...porque não???
ResponderEliminarBeijinhos
Maria
Ninguem é sempre feliz!! que bom seria se não houvessem momentos de tristeza e dor e angustia....
ResponderEliminartenho-os...muitas vezes fechada na minha solidão pois acho que ninguem tem que me aturar com a neura ;)
Depois aborreço-me de estar com a neura...e tenho de a exorcizar nos disparates...
Beijinhos
A felicidade está ao alcance de toda a gente,tudo depende de como pensamos que é a felicidade,
ResponderEliminarencontrei pessoas a viverem na rua e são felizes, acredito que esta não depende das riquesas, mas sim de um coração bem disposto, pronto a acreditar que podemos ser felizes independentemente das circunstâncias.
Tudo de bom.
Abraço.
António.
Aplaudo de pé!!! CLAP CLAP CLAP!!! <3
ResponderEliminarBeijinhos grandes Mel!